11 de julho de 2016

[Playlist] Quando a música cristã rompe as paredes do templo

“A intenção é que esse clipe possa tocar as pessoas que sofreram abuso” (Alex Passos)

A música cristã é bem diversa. Mas, tenho grande apreço quando ela rompe as paredes do templo e tange questões sociais. Na última semana eu tive a missão de cobrir, juntamente com outros amigos jornalistas, a Expoevangélica. Lá eu tive a oportunidade de ganhar um disco do “Preto no Branco”. Mas, engana-se quem pensa que eu os conheci lá. Como pesquisador musical eu acompanhei desde o lançamento esse projeto que ressalta a black music e vertentes afins. E confesso que me sentia atraído, mas não cheguei a ouvir muito.

Antes de mais nada, gostaria de informar aos amigos calvinistas que minha intenção com esse texto não é confrontar o atual momento de “crítica ao ‘Ninguém Explica Deus’. Só para deixar claro, antes do videoclipe, ao qual vou me referir, ser lançado oficialmente eu já havia assistido (sim, tive esse belo privilégio) e já tinha pensado em escrever sobre.

Alex Passos é um cara genial! É ele quem tem dirigido os DVDs do Diante do Trono desde o projeto “Creio”, além de dirigir os DVDs de Fernandinho, André Valadão e outros cantores. “Cara, sou muito inspirado pela sua estética de edição”, disse pra ele aqui em Fortaleza. E de fato sou. Na última quinta-feira (7) o “Preto no Branco” lançou o videoclipe da música “Não Quero Ser Mais Eu”, dirigido pelo Alex. (Já entrevistei o Alex antes, clique aqui para assistir).

Como disse, eu assisti antes do lançamento e já sabia que seria um grande sucesso. Em menos de 24 horas, mais de 100 mil visualizações. A letra da música muito me tocou. Fala de alguém que se arrepende de ser quem é e pede pra Deus mudar tudo. Tomar o controle. É isso que penso todos os dias. A ideia de Alex de juntar cenas do DVD com o curta-metragem “Vingança” deu mais que certo. Parece que uma coisa foi feita pra outra.

Ao assistir o clipe, não tive como conter as lágrimas. Forte é pouco! Conversei com Alex e logo logo publicarei o vídeo da entrevista em nosso canal do YouTube. “Eu tinha certeza de que Deus tinha um propósito. Então, é muito além da música. Um bom vídeo, uma boa música qualquer um pode fazer. Mas, uma verdade, uma direção de Deus é outra conversa”, ele disse.

“Esse filme eu fiz há dois anos, eu nem sabia que iria criar o Preto no Branco. Um ano depois de ter feito o Preto no Branco Deus me disse: 'Pega aquele filme que você fez há dois anos atrás a junta com a música do Wesley'. Deus trouxe a direção”, ele me contou. “A intenção é que esse clipe possa tocar as pessoas que sofreram abuso”.

É por isso que tenho grande admiração pelo Alex. Ele é ousado, seus projetos ultrapassam as barreiras do templo. O videoclipe vai além de uma música cristã, mas evoca uma denúncia tão importante: a igreja precisa falar sobre abuso sexual. Quantos cristãos ainda sofrem as sequelas de um abuso e não falam pelo fato da igreja censurar tal assunto? Recado dado, Alex!


Bom, se você ainda não assistiu, veja agora mesmo. Aqui fica meu apelo aos líderes e pastores: não permitam que esse mal assole suas igrejas. E para além disso, vamos abraçar não apenas nossos irmãos, mas também aqueles que não são crentes em Jesus.


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Karlos Aires
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